Dorminhoco.
Certo dia, acordei com muito sono e resolvi cochilar mais um pouco.
Acordei, todo cagado e mijado em um quarto branco, vestindo uma roupa um tanto quanto apertada, debaixo de um lençol azul, com um cano enfiado guela abaixo e com uma porra de uma agulha fincada em meu braço.
Ao meu lado, mais duas pessoas dormiam e continuaram dormindo, sem esboçar qualquer reação.
Uma enfermeira me olhou com uma cara de espanto e começou a chorar muito. Ajoelhou-se ao meu lado e gritou: “É um milagre!”
Em pouco tempo uma série de médicos apareceram. Tiraram o cano da minha boca, confesso que foi um alívio, logo em seguida me limparam e começaram a me apalpar insanamente. Disseram que logo tudo seria esclarecido. Pedi pra ver a minha mulher. Falaram que isso já seria providenciado.
Depois que me trancaram no quarto não vi mais nada. Não conseguia identificar claramente o que acontecia do lado de fora. Podia sentir que um certo tumulto estava em andamento no corredor.
Estava tão desnorteado que não conseguia pensar em outra coisa a não ser nela, no meu porto seguro, na minha esposa.
Horas depois, entrou um médico com uma velha ao seu lado. Ele disse que aquela era minha esposa. É claro que fiquei nervoso! Eu sabia, melhor do que ninguém, que aquela não era a minha mulher.
Aquela velha ficou ali, na minha frente, falando um monte de besteiras. Dizendo que eu tinha dormido por trinta e seis anos, que ela havia se casado novamente, que meu filho tinha morrido de overdose, que meus pais haviam falecido – meu pai de cancer e minha mãe de tristeza.
Eu dei um berro e mandei ela ir embora. O médico pediu pra eu me acalmar e retirou a velha mulher em prantos do quarto. Achei que aquilo tudo não passava de um pesadelo, virei para o lado e fiz o que qualquer pessoa no meu lugar faria: voltei a dormir.
Acordei, todo cagado e mijado em um quarto branco, vestindo uma roupa um tanto quanto apertada, debaixo de um lençol azul, com um cano enfiado guela abaixo e com uma porra de uma agulha fincada em meu braço.
Ao meu lado, mais duas pessoas dormiam e continuaram dormindo, sem esboçar qualquer reação.
Uma enfermeira me olhou com uma cara de espanto e começou a chorar muito. Ajoelhou-se ao meu lado e gritou: “É um milagre!”
Em pouco tempo uma série de médicos apareceram. Tiraram o cano da minha boca, confesso que foi um alívio, logo em seguida me limparam e começaram a me apalpar insanamente. Disseram que logo tudo seria esclarecido. Pedi pra ver a minha mulher. Falaram que isso já seria providenciado.
Depois que me trancaram no quarto não vi mais nada. Não conseguia identificar claramente o que acontecia do lado de fora. Podia sentir que um certo tumulto estava em andamento no corredor.
Estava tão desnorteado que não conseguia pensar em outra coisa a não ser nela, no meu porto seguro, na minha esposa.
Horas depois, entrou um médico com uma velha ao seu lado. Ele disse que aquela era minha esposa. É claro que fiquei nervoso! Eu sabia, melhor do que ninguém, que aquela não era a minha mulher.
Aquela velha ficou ali, na minha frente, falando um monte de besteiras. Dizendo que eu tinha dormido por trinta e seis anos, que ela havia se casado novamente, que meu filho tinha morrido de overdose, que meus pais haviam falecido – meu pai de cancer e minha mãe de tristeza.
Eu dei um berro e mandei ela ir embora. O médico pediu pra eu me acalmar e retirou a velha mulher em prantos do quarto. Achei que aquilo tudo não passava de um pesadelo, virei para o lado e fiz o que qualquer pessoa no meu lugar faria: voltei a dormir.